Reforço das renovaveis implica investimento de 2780 milhões só na Hidrica
      O aproveitamento energético a partir das hidroeléctricas está de volta  ao topo das prioridades governamentais. Em 2020, o Governo conta  alcançar os 7000 MW de capacidade instalada, atingindo um objectivo de  exploração de cerca de 70 por cento do potencial hídrico nacional, o que  representará um aumento de 24 pontos percentuais face ao actual  aproveitamento deste potencial. 
Com este reforço, que coloca no cerne as barragens de Alqueva, Bemposta,  Picote, Baixo Sabor e três novas barragens, em 2010 espera-se atingir 45  por cento da electricidade a partir de energias renováveis, o  equivalente a mais seis pontos percentuais do que a meta anteriormente  prevista (39 por cento). 
«Uma vez lançada uma grande dinâmica nas eólicas, as prioridades são  doravante, mais hídrica, mais biocombustíveis e mais eficiência  energética», sublinhou Manuel Pinho, ministro da Economia e da Inovação,  na passada sexta-feira, na sessão de apresentação das novas metas para  as renováveis que contou com a participação do ministro do Ambiente,  Francisco Nunes Correia. 
Para inverter a actual tendência que coloca Portugal como um dos países  da UE que menos cresceu em matéria de aproveitamento do potencial  hídrico nos últimos 30 anos, já em 2010 pretende-se superar os 5000 MW  de potência hídrica instalada, através do reforço da potência da  barragem de Alqueva em mais 240 MW, o que implica um investimento de 180  milhões de euros. Acresce ainda a antecipação dos reforços de potência  das centrais de Picote e Bemposta (mais 409 MW) num investimento de 2,6  mil milhões de euros. 
Em 2015, o objectivo é atingir-se os 6250 MW, «concretizando novos  projectos estruturantes para o sector e para o País», entre os quais o  Baixo Sabor, de acordo com o documento sobre energia e alterações  climáticas, apresentado no encontro em que participaram também Carlos  Pimenta, presidente da mesa da Assembleia Geral do consórcio Eólicas de  Portugal, Diogo Vaz Guedes, da Somague, e Nuno Ribeiro da Silva, da  Endesa Portugal. Cinco anos depois a fasquia deverá subir para os 7000  MW, o que colocará Portugal ao nível de países como a Áustria e a Suécia. 
Nos biocombustíveis, foi traçada a meta de 10 por cento dos combustíveis  rodoviários antecipando em dez anos o objectivo europeu e definida a  necessidade de se promoverem fileiras agrícolas nacionais de suporte  através da isenção do imposto sobre produtos petrolíferos para os  combustíveis fósseis que assegurem a sua incorporação. 
Na biomassa, apostou-se na ampliação em 100 MW do objectivo de  capacidade instalada em 2010 (mais 67 por cento); no biogás, pretende-se  traçar como objectivo os 100 MW de potência instalada em unidades de  tratamento anaeróbico de resíduos. 
Para o solar fotovoltaico, ficou a promessa de se «garantir o  cumprimento efectivo das metas estabelecidas», não só através de  projectos como as centrais de Moura e Serpa, mas também da ligação com  as políticas e as metas de microgeração. Neste último caso, a ideia é  promover-se um programa para a instalação de 50 mil sistemas até 2010,  com incentivo à instalação de Água Quente Solar em casas existentes. 
Na produção de energia a partir das ondas, pretende-se aumentar a  capacidade instalada em 200 MW através da criação de uma zona piloto com  potencial de exploração total até 250 MW de novos protótipos de  desenvolvimento tecnológico industrial e pré-comercial emergentes. 
Por fim, para a energia eólica, o objectivo consiste em aumentar em 1950  MW a meta de capacidade instalada em 2012 (novo total de 5100 MW com  acréscimo em 600 MW por upgrade do equipamento) e promover a criação de  clusters tecnológicos e de investimento associados à energia eólica.